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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou nesta quinta-feira (22) a Operação Zero Um, que apura um esquema estruturado e recorrente de pagamento de propinas envolvendo policiais militares no Paraná. A ação contou com o apoio da Corregedoria-Geral da PM e cumpriu mandados em cinco cidades: Maringá, Sarandi, Loanda, Santa Isabel do Ivaí e Planaltina do Paraná.
O principal alvo da operação foi o comandante da Companhia Independente da PM de Loanda, preso preventivamente em sua residência, em Maringá. Ele foi encaminhado ao presídio militar em Curitiba. Outros seis policiais militares também são investigados; um deles foi preso em flagrante por posse irregular de munição, em Loanda.
Ao todo, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, nove de busca e apreensão, sete de busca pessoal, além de um de monitoramento eletrônico e três afastamentos de função pública.
Durante coletiva de imprensa na sede do Gaeco em Maringá, o Ministério Público e a Polícia Militar detalharam o esquema: o comandante exigia propinas, que variavam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil, para manipular procedimentos administrativos como inquéritos, processos disciplinares e transferências.
As investigações apontam que o grupo contava com um operador financeiro, já investigado em outro processo, que intermediava os pagamentos. Também há relatos de coação de subordinados, com ameaças de transferência caso não colaborassem: “Se não fizer, pode ser transferido para longe. Depois não reclame”, teria dito o comandante.
O Gaeco investiga ainda a atuação ilegal do grupo na segurança privada, com relatos de intimidação de empresários para aderirem a um suposto serviço de “segurança VIP”, informalmente autorizado pelo comandante. Esse aspecto da investigação ainda será aprofundado.
O nome “Operação Zero Um” faz referência ao apelido do comandante entre os subordinados.
As medidas judiciais foram determinadas pela Vara da Justiça Militar Estadual. Os policiais afastados continuarão em funções públicas, mas fora da Companhia Independente de Loanda. O policial preso por posse de munição foi liberado após pagar fiança.
A Polícia Militar do Paraná destacou que não compactua com desvios de conduta e garantiu apoio às investigações, assegurando o direito à ampla defesa aos envolvidos.
A defesa do ex-comandante informou que está analisando os autos e deve se manifestar nos próximos dias.
Fonte: CBN
Postado 23/05/2025